domingo, 24 de novembro de 2019

Crise Econômica Atual e o Processo de Desindustrialização no Brasil


Crise Econômica Atual e o Processo de       Desindustrialização no Brasil

                                                                Amanda de Freitas Santos- 3º CM[1]

                                                               Carlos Felipe Levandovoshi Santana 3º CM

                                                                Ellen Ionara de Lima Pereira- 3º CM

                                                                Jefferson Mota Barbosa- 3º CM

                                                                Lucas Maurício Penalva Oliveira Castro-3º CM

Yuri Oliveira[2]

Wagner Aragão 



Resumo

O processo de desindustrialização é um fenômeno já previsto como parte do processo espontâneo do desenvolvimento econômico de um país, representa a última etapa deste desenvolvimento e se inicia quando o país, já desenvolvido economicamente, alcança um determinado nível de renda per capita. A desindustrialização atinge toda a economia de um país, principalmente o setor industrial, sendo observada quando há uma queda da participação do emprego e da produção industrial no total nacional ou quando há uma mudança na relação entre a elasticidade-renda da demanda por produtos industrializados e a elasticidade-renda da demanda por serviços. Embora seja um processo natural nos países desenvolvidos, a desindustrialização tem sido observada, também, nos países em desenvolvimento. Para estes últimos, a desindustrialização pode ocasionar efeitos negativos sobre a indústria nacional e a economia. Neste trabalho, foram utilizados modelos econométricos para verificar se existem evidências de desindustrialização na economia brasileira através do emprego e do valor agregado da indústria e da elasticidade-renda da demanda por produtos industrializados. Os resultados mostram que, embora haja uma redução da participação do emprego industrial e do valor agregado da indústria nos últimos anos, os modelos não mostraram existir evidências de desindustrialização no emprego dessas variáveis. Por outro lado, a análise da elasticidade-renda da demanda, ela apresentou evidências de desindustrialização nas indústrias.
Palavras-chave: Desindustrialização; indústria; desenvolvimento econômico; emprego industrial.

Introdução

Todas as informações apresentadas nesse artigo, foram baseadas em estudos acadêmicos e notícias jornalísticas, agrupadas e divididas em tópicos que abordam a crise internacional com seu começo nos Estados Unidos e como afetou a economia global, em especial ao Brasil também questões como recessão e inflação e como estas estão intrínsecas são poder de compra da população e do poder de ação do governo além da dívida interna e externa do país que é confundida como o fator principal do retrocesso na indústria e economia.

Crise internacional

No início da década de 90, a partir de 1993 o preço dos imóveis nos Estados Unidos começou a subir continuamente, formando a famosa “bolha imobiliária”, isso ocorre quando os preços são inflados artificialmente, quando algum ativo passa a valer muito mais do que seu valor real. O surgimento da "bolha" se deu quando o governo americano, querendo garantir a liquidez do mercado, criou duas empresas paraestatais. Estes bancos garantiam a liquidez do mercado imobiliário comprando a hipoteca dos bancos com dinheiro público. Os bancos paraestatais começaram a vender títulos no mercado para investidores. Assim começa uma “bola de neve” no mercado quanto mais empréstimos o banco dava, mais o paraestatal comprava e vendia para investidores e novamente podia dar um novo empréstimo, confiados na intervenção do governo caso houvesse precisão em algum momento; algo aparentemente perfeito. No final dos anos 90, com o estouro da bolha, e em 2001 com o atentado de 11 de setembro (Ataque as Torres Gêmeas) as coisas foram tomando proporções inimagináveis. Então, com medo de uma crise, o governo baixou as taxas de juros a níveis nunca vistos antes; 1% ao ano. E com o dinheiro colocado na economia, os bancos passaram a dar mais empréstimos. Todos esses fatores fizeram com que o preço dos imóveis disparasse absurdamente. Então, boa parte do consumo dos Estados Unidos passou a girar no preço dos imóveis, passaram a se garantir no aumento do preço indefinido dos imóveis. Desta forma passou-se a elevar o número de produção industrial; roupas, carros, artigos de luxo, muitas outras coisas também e isso foi se juntando a “bolha”. Foi investido muito dinheiro, em muitos setores baseado em informações erradas que se recebia da “bolha”, dinheiro esse ilusório que o governo estava lançando na economia. Com tudo isso, o componente que gerou essa crise internacional foi que os bancos nacionais não eram mais os donos da hipoteca, nem mais o Fannie Mae e o Freddie Mac que eram estatais, eles haviam vendido os títulos para bancos no mundo inteiro, ou seja, os devedores passaram a dever para bancos do mundo todo, atingindo assim outros países. Esse problema foi causado pelas agências de classificações de risco dos Estados Unidos, tendo este três principais agências de risco para ativos, são estas a Moody's, Standard & Poor's, e a Fitch, essas três formavam um cartel garantido pelo próprio governo americano, como o mercado era regulado por este, nenhum concorrente conseguia entrar e essas agências ficavam sozinhas, sofriam as pressões da política americana, dificilmente essas agências classificariam como de risco os ativos vendidos por empresas diretamente ligadas ao governo. Os bancos faziam pacotes de hipotecas e vendiam como investimento e colocavam as hipotecas dos grupos subprime no meio dos pacotes e as agências classificavam como o melhor e mais seguro tipo de investimento, ou seja, houve uma fraude financeira na avaliação de riscos. Bancos da França, Alemanha e do mundo inteiro compraram esses pacotes achando que eram seguros, assim, a “bolha” estava em todo o mundo, não apenas nos Estados Unidos pois os preços dos imóveis começaram a desabar e como num “efeito dominó”, foi caindo uma coisa atrás da outra. No final de tudo, os próprios bancos eram os maiores investidores, as pessoas que pegaram imóveis no intuito de valorização futura, aquelas mesmas pessoas que pegaram crédito duvidoso (subprime), passaram a abandonar os imóveis deixando que o banco se apropriasse, imóveis esse que não valiam nem perto do preço da hipoteca. Os bancos precisavam agora vender várias casas com mais ofertas e menos procura. Os títulos também se desvalorizaram, milhões tentando se desfazer dos títulos ao mesmo tempo, os correntistas, com muito medo começaram a tirar seus dinheiros dos bancos, a quebra de grandes bancos do país; se espalha a crise financeira pelo mundo. Essa recessão global resultou numa queda acentuada do comércio internacional, no aumento do desemprego e na queda dos preços das commodities. O crédito fácil e a propagação de um investimento “subprime” pelo mundo todo foi a principal razão da crise financeira de 2008. Bancos passaram a emprestar dinheiro a pessoas que não tinham condições de pagar. Os critérios eram baixíssimos para pegar empréstimo, pessoas desempregadas e sem renda, ainda assim tinham seus créditos aprovados. Muitas pessoas adquiriram o “subprime”. Os bancos faziam pacotes de hipotecas (CDO) e vendiam como investimento e colocavam as hipotecas dos grupos subprime no meio dos pacotes com cliente de bom histórico de pagamento. Os compradores achavam estarem fazendo um ótimo negócio por conta dos autos juros. Estes não sabiam que tipo de dívidas estavam comprando, pois, as agências de classificações de risco dos Estados Unidos, tendo estas três principais agências de risco para ativos a Moody's, Standard & Poor's, e a Fitch, estas garantiam que eram excelentes e seguros investimentos. A partir de 2004, vendo que os sinais de crise tinham passado, o tempo do atentado, a bolha da internet, então o governo começou a aumentar os juros a patamares normais, em 2006, quando juros dos Estados Unidos voltou para a casa de 5% ou 6% aproximadamente, começaram a haver os primeiros sinais de crise, os preços dos imóveis começaram a estabilizar ou até cair, logicamente, com os juros mais altos menos pessoas passariam a pegar empréstimos, havia menos liquidez nesse mercado, menos compradores, e os preços pararam de subir. Com tudo isso, o componente que gerou essa crise internacional foi que os bancos nacionais não eram mais os donos da hipoteca, nem mais o Fannie Mae e o Freddie Mac que eram estatais, eles haviam vendido os títulos para bancos no mundo inteiro. O problema é que os devedores não pagaram suas dívidas e começaram a dar calote no banco; passaram a abandonar os imóveis deixando que o banco se apropriasse, imóveis esse que não valiam nem perto do preço da hipoteca. Os bancos precisavam agora vender várias casas com mais ofertas e menos procura. Os títulos também se desvalorizaram, milhões tentando se desfazer dos títulos ao mesmo tempo, os correntistas, com muito medo começaram a tirar seus dinheiros dos bancos, a quebra de grandes bancos do país; se espalha a crise financeira pelo mundo. Essa recessão global resultou numa queda acentuada do comércio internacional, no aumento do desemprego, na queda dos preços das commodities. Como essas dívidas não se restringiu aos bancos dos Estados Unidos e estavam nas mãos de bancos e fundos de investimentos do mundo todo, houve um efeito dominó no mercado. A crise foi marcada pela queda do banco americano Lehman Brothers. A partir disso os Estados Unidos e outros países, incluindo o Brasil (sendo esse um dos últimos a sentir os efeitos da crise global), entraram em recessão. O Brasil que passava por um período de prosperidade por conta dos altos preços dos commodities, impulsionado pela crescente demanda da China.  Por conta da crise, este passou a ter mais oferta que demanda, pois a crise reduziu o consumo de países no exterior. Isso levou a uma desaceleração do crescimento brasileiro. Sobe a taxa de desemprego, principalmente sobre os jovens, e muitas empresas faliram.  Os efeitos da crise de 2008 foram sentidos no mundo todo durante anos. O impacto da crise não foi igual para todos os países, alguns sentiram mais, especialmente os mais desenvolvidos e outros menos, os em desenvolvimento. Até hoje, nove anos depois, o nível de emprego em vários países não retornou aos patamares anteriores à crise.
Crise de 2014/2017
Do fim dos anos 90 até o início de 2012 houve um crescimento substancial no preço das commodities no mercado internacional, por conta da crescente demanda chinesa. Um período de prosperidade para o Brasil já que este depende da exportação de matérias-primas e produtos agrícolas para manter sua economia. As exportações para o país asiático cresceram quatro vezes mais que as exportações totais entre 2000 e 2010, com destaque para soja, café, minério de ferro e petróleo. Este bateu recorde histórico de US$ 140,73 o barril em 3 de julho de 2008. Em 2010, o país registrou o maior avanço do PIB em 20 anos quando a economia brasileira cresceu cerca de 7,5%, porém, o estímulo ao consumo no governo Lula não foi acompanhado pelo crescimento na produtividade. Em 2011, as exportações brasileiras alcançaram o recorde de US$ 256 bilhões, 14% do Produto Interno Bruto (PIB). A China estava como o maior parceiro comercial do Brasil.  O IBGE comparou o Brasil com outros 16 países, e foi constatado que o ritmo de expansão do Brasil só perdia para China (10,3%) e Índia (8,6%). Superando, no entanto, a taxa de crescimento de países como Coréia do Sul (6,1%), Japão (3,9%), EUA (2,8%), e a da região da zona do euro (1,7%); a maior alta registrada desde 1986 segundo informou o IBGE.  Ainda assim, com a economia crescimento, uma taxa anual per capita de 0,8%, o Brasil vem passando por uma desindustrialização nos últimos 40 anos (1970/2010), afirma o economista Luiz Carlos Bresser Pereira. Um breve resumo de seu argumento é que a indústria que representava cerca de 25% do PIB nos anos 1970, quando o Brasil estava em forte ascensão, passou a representar 11%. Esta desindustrialização, por sua vez, decorreu da baixa taxa de investimento tanto do setor público quanto do setor privado. O investimento público foi vítima da crise fiscal dos anos 1980 associada à conjunta crise da dívida externa. A crise fiscal transformou uma elevada poupança pública em falta de recursos. O investimento privado, por sua vez, se manteve baixo, porque o governo, passou a incorrer em déficits em conta corrente e a financiá-los com entradas de capitais dizendo que estava adotado a política de crescimento com poupança externa. Este fato mais a abertura comercial realizada em 1990 que implicou desmontar o mecanismo que neutralizava a “doença holandesa”, tornou a taxa de câmbio apreciada no longo prazo; o que inviabilizou o investimento no setor industrial; argumenta Bresser. Após o boom econômico, Brasil desde o segundo trimestre de 2014, o país entra em recessão técnica, formalizada pelo Comitê de Datação do Ciclo Econômico (Codace) da Fundação Getúlio Vargas. Houve um retrocesso no produto interno bruto (PIB) por dois anos consecutivos. O produto per capita brasileiro caiu cerca de 9% entre 2014 e 2016. A economia decresceu em cerca de 3,8% em 2015 e 3,6% em 2016. A crise se instaurou e gerou desemprego. Este atingiu seu auge em março de 2017 com uma taxa de 13,7%, o que representava 14,2 milhões de brasileiros desempregados.  No primeiro trimestre de 2017, houve uma elevação no PIB do Brasil de 1% em relação ao quarto trimestre do ano anterior, sendo o primeiro aumento após oito quedas trimestrais consecutivas. Todavia, o crescimento registrado marcou apenas o fim da recessão técnica, o que não significa o fim da crise. Prossegue a alta taxa de desemprego e ainda havia dúvidas quanto ao futuro da economia, especialmente após diversos escândalos políticos, algo que também contribuiu para o agravamento da crise.
Desaceleração da economia chinesa e queda no preço dos commodities:
Uma causa externa é apontada como um fator relevante a crise, e esta é a desaceleração da economia chinesa por razão da crise. O Brasil tinha commodities para a exportação, porém, o país que era o principal importador dos produtos deste estava em crise, se estava em crise, reduziu-se as importações, se as importações foram reduzidas, o Brasil tinha mais commodities para venda do que consumidores, e, assim funciona o mercado, a lei da oferta e da procura, mais muita oferta e pouca demanda gera uma queda nos preços dos produtos. Os preços das commodities sofreram em 2008 sua maior retração de cinco décadas. A demanda por energia, metais e grãos despencou no segundo semestre do ano, em decorrência da recessão. A gasolina caiu 59%, o cacau subiu 31%, a maior alta dentre os produtos monitorados pelo indicador. Açúcar, ouro e suínos em pé foram as únicas demais commodities a registrar altas. Os contratos futuros de gasolina recuaram para US$ 1,0082 o galão (de 3,785 litros) para US$ 3,631 após 11 de julho de 2007 ter alcançado seu recorde. O preço do petróleo despenca de US$ 140,73 dólares em 3 de julho de 2008 para US$ 33 dólares em 24 de dezembro de 2008.

Crise política:

Há um travamento da economia brasileira que é mais decorrente dos seus problemas internos do que da crise internacional. Há alguns fatores agravantes e estes são: a crise fiscal, hídrica e a Operação Lava Jato. A crise internacional foi de grande influência na crise de 2014 no Brasil, no entanto, uma crise fiscal gerou agravo na crise financeira. O governo na tentativa de equilibrar as contas públicas, afetadas por gastos elevados e também pela queda na arrecadação tributária causada pela recessão, tenta cortar despesas. Ao mesmo tempo, o Brasil estava vivendo uma crise política que impacta a economia e a abertura do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff paralisa as ações que poderiam melhorar o cenário econômico. Em 12 de maio de 2016, o Senado Federal afastou Dilma Rousseff da presidência por 180 dias. Imediatamente, seu vice Michel Temer assumiu temporariamente o cargo. Em 31 de agosto, o Senado fez o julgamento final e removeu Dilma do cargo em caráter definitivo. Temer logo se envolveu em polêmicas devido a seus ministros que estavam sendo investigados na Operação Lava Jato, bem como ele próprio. A falta de chuvas também conduziu o Brasil a uma situação difícil. A crise hídrica trouxe sérias consequências econômicas e sociais. Em várias áreas, como na geração de energia elétrica, no abastecimento das cidades, e na agricultura. Também, um outro fator de agravo foi a Operação Lava Jato. O setor de construção também foi afetado na tentativa de coibir a corrupção. Houve uma paralisação nas obras de infraestrutura. Sem obras, a cadeia industrial e de serviços ligada à construção pesada e ao setor de óleo e gás parou de gerar emprego e renda. Sem investimentos, o Produto Interno Bruto (PIB) encolhe. A Lava Jato destruiu de 1% a 1,5% do PIB, por ano. Significa que o recesso de 3,8% em 2015 e de 3,6% em 2016 poderiam ter sido mais leves. O impacto da Lava Jato no PIB pode passar de 140 bilhões.

Inflação e recessão brasileira

A Dívida externa do Brasil é todo aquele compromisso de dívida que foi assumido pelo país perante agentes externos. Esses compromissos são reconhecidos pela moeda estrangeiras. Os débitos são reconhecidos por agentes que investem no Brasil para obterem um retorno, que é o juro da dívida. A origem da dívida externa remonta o ano de 1824, mas, somente na ditadura a dívida deu o seu maior salto, entre as décadas 1960 e 1980. A dívida se estabilizou somente depois dos governos FHC e Lula.  Antes do Golpe de 1964, a dívida externa no Brasil era de 12 bilhões de dólares e, ao final da ditadura, ela já atingia a casa dos 100 bilhões. A Dívida Externa Brasileira, atualmente, é a segunda maior entre os países subdesenvolvidos. Fica dividida entre dívida pública e privada. A dívida externa brasileira alcançou o valor de 312,8 bilhões de dólares, no término de 2012 e teve um crescimento de 6,24% em relação ao ano anterior. Na época foi adquirida uma dívida no valor de três milhões de libras esterlinas, ficando conhecido depois como “empréstimo português”. No início, o valor serviria para cobrir despesas do período colonial. Mas, na prática, significava um pagamento a Portugal pelo reconhecimento de nossa independência. Em 1829, surgiu um novo empréstimo, que entrou para história como o “ruinoso”, tudo aconteceu como uma forma de cobrir parcelas não pagas de uma dívida anterior. Quando houve o fechamento do empréstimo o Brasil só recebeu 52% do acordado. Os 48% restantes serviram para cobrir os juros da dívida anterior. Dois empréstimos foram considerados importantes durante o período de império (1843 e 1852), para pagamentos de débitos relativos ao primeiro empréstimo, saudado completamente apenas em 1890. A dívida foi aumentando durante a chamada republica do “café com leite”. Analisando tudo, percebermos que, o intuito foi à necessidade de garantir os privilégios da elite. Houve suspensão da dívida por 13 anos quando o Presidente Campos Salles, eleito em 1898, viajou para Inglaterra para negociar pessoalmente com os banqueiros. Com isso, o Brasil garantiu um novo empréstimo. “Como garantia do cumprimento do acordo, as rendas das alfândegas brasileiras ficaram hipotecadas aos credores ingleses”. “Em 1906 surgiu uma nova dívida graças ao início da “Política de Valorização do Café”. Foi assinado o Convênio de Taubaté, entre os governadores de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, que, a partir de empréstimos tomados no exterior, comprariam e estocariam excedente da produção de café”. Depois de muito se falar sobre o fim da dívida externa em 2008, o que houve na verdade foi uma má interpretação da seguinte frase: “o Brasil deixou de ser um país devedor para ser tornar um país credor”. Isso só queria dizer que pela primeira vez as reservas internacionais, tornaram-se maiores que a dívida externa brasileira. A Dívida Interna do Brasil é a soma de todos os débitos assumidos por alguém junto a credores residentes no próprio país. Essa dívida pode ser normalmente de qualquer um, mas, quando se fala, de “dívida interna”, se refere aos débitos do governo seja ele federal (inclusive o Banco Central), estadual, municipal, e também às estatais.  Quando o valor desse custo supera o das receitas, o governo só tem três alternativas: emitir papel moeda, aumentar a carga tributária ou lançar títulos. A década de 1980 foi marcada pelos elevados níveis de inflação, planos econômicos maus sucedidos, taxas de juros reais negativas; o que dificultava o endividamento por títulos públicos, explicando o nível constante da dívida interna no período. Em 1990, durante o governo Fernando Collor, o Brasil experimentou uma grande abertura econômica acompanhada de um processo de privatização. Esse processo foi marcado pela substituição da divina externa para dívida interna. Todo o ajuste que foi feito na década de 1990 teve como resposta também a absorção de dívidas de Estados e municípios pelo Governo Federal. Durante o período entre 1994 e 2006, a política econômica, apesar do indiscutível êxito em estabilizar os preços, resultou também em um elevado aumento do endividamento público. Para os economistas, o endividamento interno foi alavancado como consequência da política econômica implementada, a qual combinou elevadas taxas de juros e câmbio valorizado e, como a política cambial não foi mantida, a dívida atrelada sofreu com os impactos. Recentemente no Brasil, estava acontecendo um enorme aumento da dívida interna, isso aconteceu por causa de juros e custos da política monetária e cambial e não por causa de investimentos com bens ou serviços. Em 2015, o Tesouro Nacional chegou a declarar que a dívida pública (dívida interna mais dívida externa) havia alcançado os R$ 2,6 trilhões. A Dívida Pública Federal (DPF) deverá chegar ao fim de 2018 entre R$ 3,78 trilhões e R$ 3,98 trilhões, Depois de encerrar 2017 acima da barreira de R$ 3,5 trilhões e em nível recorde. Atualmente, ainda não existe um limite formal para o endividamento da União. Porém, tal limite já foi discutido várias vezes e ainda pode vir a ser aprovado pelo Congresso.

O que é Inflação?
 A inflação é definida como o aumento generalizado dos preços, ou seja, quando vários produtos aumentam ao mesmo tempo. Em outras palavras, é a desvalorização da moeda. Percebemos isso quando analisamos o que comprávamos a dez anos atrás com 10 reais, hoje em dia não compramos mais a mesma quantia de produtos, não conseguimos mais exatamente por causa da inflação que cresce a cada ano.

 Como a inflação aumenta?
 A inflação está ligada diretamente ao crescimento econômico do país. Um bom exemplo é quando se tem muito dinheiro circulando, e a econômica vai bem, a população tende a consumir mais, e esse autoconsumo faz do que os produtos acabem mais rápido e os estoques fiquem esgotados e consequentemente os preços aumentam gerando a inflação. Pois assim reduz o poder de compra da população, fazendo com que consumam menos. Assim percebemos como que a inflação está ligada ao crescimento econômico do país. Isso quer dizer que a inflação é boa? De certa forma, a resposta é sim, quando se tem um bom equilíbrio, para que os preços não aumentem demais gerando uma hiperinflação. Cabe ao governo controlar isso.
 Como o governo "controla" a inflação?
O IBGE através do programa IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) feito exatamente para calcular por mês as despesas que as famílias tiveram, com base no que elas consumiram. Essa pesquisa chama-se POF (Pesquisa de Orçamentos familiares). Ao identificarem esse aumento no consumo o governo toma providências para minimizar a amplitude do crescimento econômico, pois quanto maior o crescimento maior é o impacto que que a inflação vai sofrer com as crises. Um dos meios é utilizar uma política fiscal e monetária, em que o governo aumenta os impostos e dificultam os bancos a emprestaram dinheiro para a população, isso freia o consumo e faz com que a inflação se estabilize.

Recessão:
 A recessão e caracterizada por dois trimestres consecutivos da diminuição do PIB do país. O PIB (Produto Interno Bruto) é uma medição de quanto a economia cresceu. Ou seja, a recessão diz respeito à uma efetiva contração na economia. Exemplo de recessão são as que passamos no início da crise econômica iniciada em 2014 a economia contraiu-se ver se 3,8% em 2015 3 3,6% em 2016 E se o país não está produzindo rendas as coisas ficam muito ruim gerando estragos econômicos como por exemplo a grande taxa de desemprego que afetou milhões de brasileiros.

Desindustrialização no Brasil

Conceito de Desindustrialização:
A desindustrialização é um evento econômico onde tanto o emprego industrial quanto a produção da indústria sofrem uma retração. Essa queda se dá em proporção ao emprego total e ao PIB, respectivamente. Como o próprio nome sugere, a desindustrialização é o contrário da industrialização. A Desindustrialização é definida como um processo de mudança social e econômica causada pela redução ou a eliminação da capacidade industrial de um País ou região. Um bom exemplo é a crise que ocorreu no Brasil, que afetou maior parte das indústrias que atuavam em uma grande intensidade na região, como o Polo Petroquímico, assim causando fechamento de algumas empresas e desemprego em massa.
O que poderia causar a desindustrialização:
 Às causas da desindustrialização podem surgir de uma série de variáveis e eventos econômicos como: Taxa de câmbio valorizada: torna o produto importado mais interessante que o nacional. Abertura econômica mal planejada: pode levar a falência de muitas empresas que ainda não se encontram em condições de competir no mercado internacional. Doença holandesa: é um fenômeno de mercado que ocorre quando a exportação de produtos naturais pode prejudicar a produção manufatureira. Inflação: Encarece o preço de bens de capital necessários para equipar as indústrias. Redirecionamento para outros setores econômicos: evento muito característico em países desenvolvidos. Alta produtividade na indústria: leva a uma redução no preço do produto manufaturado e consequentemente reduz a participação do setor industrial na economia. Segundo Rowthorn e Ramaswany, a desindustrialização pode ser causada por fatores internos ou externos. Os fatores internos seriam como uma mudança na relação entre a elasticidade de renda da demanda por produtos manufaturados, serviços e o crescimento mais rápido da produtividade na indústria do que no setor de serviços, assim levando "naturalmente" o processo de desenvolvimento econômico de todas às economias a se desindustrializar a partir de um certo nível de renda per capita. Os fatores externos que podem induzir a desindustrialização estão relacionados ao grau de integração comercial e produtividade das economias, ou seja, com um estágio alcançado pelo processo chamado de "globalização", assim diferentes países podem se especializar na produção de manufaturados.
Consequências da desindustrialização:
A desindustrialização é um fenômeno que tem impacto negativo sobre o potencial de crescimento de longo-prazo, pois reduz a geração de retornos crescentes, diminui o ritmo de progresso técnico e aumenta a restrição externa ao crescimento. O crescimento rápido da produtividade no setor industrial pode levar a uma redução na quantidade de empregos industriais, além disso, pode provocar uma deterioração nos termos de trocas entre países. Em outras palavras, um país cuja indústria está recrudescendo não possui bons produtos para exportar. Ainda pode se considerar que a redução na capacidade de produção da indústria pode acelerar o desaquecimento econômico. A desindustrialização pode ser benéfica dependendo da conjuntura em que o país se encontra, a redução da capacidade de produção da indústria pode ser um sinal positivo. Por outro lado, a desindustrialização pode gerar retrocessos e como consequência, pode provocar desemprego em massa e até mesmo desencadear uma recessão econômica.

O caso brasileiro:

 A uma preocupação crescente entre os economistas e o público em geral a respeito de um possível processo de desindustrialização da economia brasileira. Nesse contexto, podemos observar duas posições claramente definidas. De um lado, temos os assim chamados “economistas (Keynesiano) "Desenvolvimentistas” que defendem a tese de que a economia brasileira vem passando por um processo de desindustrialização nos últimos 20 anos, causado pela combinação perversa entre abertura financeira, valorização dos termos de troca e câmbio apreciado. Do outro lado, temos os assim chamados “economistas ortodoxos” que afirmam que as transformações pelas quais a economia brasileira passou nas últimas décadas não tiveram um efeito negativo sobre a indústria e que a apreciação do câmbio real resultante dessas reformas favoreceu a indústria ao permitir a importação de máquinas e equipamentos tecnologicamente mais avançados, o que permitiu a modernização do parque industrial brasileiro e, consequentemente, a expansão da própria produção industrial.
Isso posto, esta breve nota tem por objetivo aprofundar o debate sobre a questão da desindustrialização (ou não) da economia brasileira. Inicialmente, iremos definir de forma precisa o termo “desindustrialização” para isolar o debate em consideração de temas conexos como, por exemplo, “re-primarização da pauta de exportações” e “doença holandesa”.

Postos-chave:
 A participação da indústria na economia brasileira é cada vez menor. Alguns dados recentes sugerem que o Brasil passa por um processo de desindustrialização, fenômeno que se refere à perda acentuada da atividade industrial. Em 1985, a indústria de transformação respondia por 25% do PIB brasileiro. Desde então, foi perdendo substância e hoje em dia responde por menos do que 15% do PIB do país. O principal problema está no setor de manufaturados. É ele que abrange a produção de bens com maior complexidade. Em 1985, a indústria de transformação, aquela que converte matérias-primas em produtos, respondia por 25% do PIB brasileiro. Desde então, foi perdendo substância e hoje em dia responde por menos do que 15% do PIB do país. Em 2014, o setor chegou a 10,9%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A uma queda da participação da indústria no PIB brasileiro entre 1980 e 2016. Números apontam que a média do crescimento do produto interno bruto neste período foi de 2,17% ao ano, enquanto os valores brutos da indústria aumentaram na ordem de 0,66% ao ano. O aumento populacional anual foi de 1,47%, em média. Desconsiderando a indústria chinesa, houve uma retração da participação da indústria de transformação no PIB mundial da ordem de 1% entre os anos de 1980 e 2015. No Brasil, essa regressão foi da ordem de 42% no mesmo intervalo. O que mais chama atenção, certamente, é que a periodização da desindustrialização brasileira coincide com o início e o desenrolar da crise estrutural de crescimento e desenvolvimento pela qual passa o país. Desde 1980, o país não cresce a taxas suficientes, não gera empregos de qualidade e a expectativa de melhoria no futuro e de realização do brasileiro encontra-se cada vez mais em estado de decomposição.

Dívida externa:
O Brasil saltou da sexta para a terceira posição na lista dos países com o maior volume de dívida externa, ficando atrás apenas da Espanha, o segundo mais endividado, e dos Estados Unidos, que lidera o ranking. Dados do FMI mostram que a dívida externa brasileira total atingiu 750 bilhões de dólares (o equivalente a 1,8 trilhão de reais), ou 33,4% do Produto Interno Bruto (1,01% do PIB global). A dívida externa norte-americana é a mais alta do mundo, chegando a 5,5 trilhões de dólares no fim de 2013, enquanto a Espanha deve 1,4 trilhão de dólares. Mas há uma diferença de peso entre o primeiro e o segundo caso: para os Estados Unidos, esses créditos externos representam 34% de seu Produto Interno Bruto, enquanto para os espanhóis, a dívida equivale a 103% de sua economia. Na lista dos maiores credores do mundo figuram o Japão (3 trilhões de dólares) e a China (1,6 trilhões de dólares). Esta, em 2006, antes da grande tormenta financeira, ocupava a sétima posição na mesma classificação. A Alemanha, que era o segundo maior naquele ano, encerrou 2013 como o terceiro grande credor mundial, com 1,6 trilhões de dólares emprestados a outros países.

Dívida interna:
Portugal ocupa o quinto lugar na nossa lista, com uma dívida pública que já atingiu 120,8% do PIB. Itália ocupa o quarto lugar em nossa lista com uma dívida pública que atinge 130,3% do PIB e chegou a 1,9 trilhão de dólares ($R 7,2 trilhões). O Líbano ocupa o terceiro lugar na lista, com uma dívida pública que atingiu 150% do seu PIB em 2018. A Grécia está no segundo lugar da lista com uma dívida que atinge 188,1% do seu PIB. Com a adesão à UE, que teve lugar em 2001, o governo grego pôde permitir-se tomar créditos baratos de outros países europeus. O Japão lidera a nossa lista, assim como a do FMI, com uma dívida que atinge 238,3% de seu PIB

Considerações Finais

Os gastos e investimentos dentro e fora de um país refletem diretamente em seu desenvolvimento e implicam em questões que já acontecem naturalmente entre governos, como a desindustrialização. Contudo, no Brasil a crescente e intensidade foi maior que o esperado, já que passou um período de ascensão industrial com empregabilidade em massa. Sem estruturas para lidar com a falta de demanda e desvio para setores de serviço (não industriais), o desequilíbrio na economia implicou no aumento percentual inflacionário e em dívidas acumuladas, mesmo seu valor estando bem abaixo de países com a economia em alta.

Referências:




[1] Alunos
[2] Orientador

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